segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

AS NOSSAS ESCOLHAS DIÁRIAS

:: As nossas escolhas diárias ::

Um velho carpinteiro estava para aposentar-se. Ele contou a seu chefe os seus planos de largar o serviço de carpintaria e de construção de casas e viver uma vida mais calma com sua família. Claro que ele sentiria falta do pagamento mensal, mas ele necessitava da aposentadoria. O dono da empresa sentiu em saber que perderia um de seus melhores funcionários e pediu a ele que construísse uma última casa como um favor especial. O carpinteiro consentiu, mas com o tempo ficou fácil perceber que seus pensamentos e seu coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e se utilizou de mão-de-obra e matérias-primas de qualidade inferior.
Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira. Quando o carpinteiro terminou o trabalho, o construtor veio inspecionar a casa e entregou a chave da porta ao carpinteiro. “Esta é a sua casa, meu presente para você.” Foi um choque, uma vergonha. Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito completamente diferente. Não teria sido tão relaxado. Agora ele teria de morar numa casa feita de qualquer maneira.

Assim acontece conosco. Construímos nossas vidas de maneira distraída, reagindo mais que agindo, desejando colocar menos do que o melhor. Nos assuntos importantes não empenhamos nosso melhor esforço. Então, em choque, nós olhamos para a situação que criamos e vemos que estamos morando na casa que construímos. Se soubéssemos disso, teríamos feito diferente.
Pense em você como o carpinteiro. Pense sobre sua casa. Cada dia você martela um prego novo, coloca uma armação ou levanta uma parede.
Construa sabiamente. É a única vida que você construirá. Mesmo que você tenha somente mais um dia de vida, este dia merece ser vivido graciosamente e com dignidade.

Na placa da parede está escrito: “A vida é um projeto de você mesmo”.
Quem poderia dizer isso mais claramente? Sua vida de hoje é o resultado de suas atitudes e escolhas feitas no passado. Sua vida de amanhã será o resultado de suas atitudes e escolhas que fizer hoje.

Oh! Ensina-nos a aproveitar a vida! Ensina-nos a viver bem e sabiamente ! ( A Mensagem) (Salmos 90:12)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A MULHER E A DEPENDÊNCIA QUÍMICA



Por que há pouquíssimos centros de recuperação para as mulheres - a maioria das clínicas é destinada aos homens? As mulheres encontram uma grande barreira para a sua recuperação: a vergonha de se expor.
De uns tempos para cá – coisa de um a dois anos – que a mulher percebeu que ela não está sozinha nesta luta. Cada vez mais, as mulheres pedem ajuda em Postos de Saúde onde há atendimento para a saúde mental, algumas vezes usam a mídia (sem expor seu rosto) para pedir ajuda, mas mesmo assim as clínicas de recuperação femininas são consideradas inexistentes. A mulher é vista – eu já enfrentei isto – como viciada em ansiolíticos, acetona, esmalte e produtos capilares usados para relaxamento e/ou alisamentos. E o universo da mulher adicta não se resume a este mundo. A mulher consome drogas como qualquer pessoa – homem, adolescente ou menor. E ela usa os mesmos meios de conseguir droga como qualquer outra pessoa que fica fissurada e não sabe e não tem como conseguir a droga necessária para aquele momento. Chega muitas vezes a “trocar” o seu corpo por “uma pedra”, “uma carreira” ou “uma bala”.


Quando se fala em adicção, uso de drogas, dependência química, seja qual o nome que preferir usar, o sofrimento é o mesmo, não há diferença de quantidade, de ser mais ou menos “pesada”. Droga é droga e ela destrói o caráter, a capacidade de ser alguém, a perspectiva de vida, o respeito, o amor próprio não importa se é homem ou mulher.


As pessoas que estão envolvidas com a recuperação de um (a) dependente químico devem ter um olhar aguçado e o coração preparado para acolher e tratar esta pessoa que precisa de uma mão estendida para ajudá-la, para trazê-la de volta à realidade, ao mundo “dos vivos”.






terça-feira, 5 de abril de 2011

Só Tua Graça Me Basta!







“Essa é a fé descrita por Paul Tillich em sua famosa obra The shaking of the foundations: "A graça nos atinge quando estamos em grande dor e desassossego. Ela nos atinge quando andamos pelo vale sombrio da falta de significado e de uma vida vazia... Ela nos atinge quando, ano após ano, a perfeição há muito esperada não aparece, quando as velhas compulsões reinam dentro de nós da mesma forma que têm feito há décadas, quando o desespero destrói toda alegria e coragem. Algumas vezes naquele momento uma onda de luz penetra nossas trevas, e é como se uma voz dissesse:
'Você é aceito. Você é aceito, aceito pelo que é maior do que você, o nome do qual você não conhece. Não pergunte pelo nome agora; talvez você descubra mais tarde. Não tente fazer coisa alguma agora; talvez mais tarde você faça bastante. Não busque nada, não realize nada, não planeje nada. Simplesmente aceite o fato de que você é aceito'. Se isso acontece conosco, experimentamos a graça".[1]
E a Graça diz em altos brados: você não é só um velho desiludido que vai morrer logo, uma mulher de meia-idade presa num emprego e querendo desesperadamente sair, um jovem sentindo esfriar o fogo do ventre. Você pode ser inseguro, inadequado, confuso ou barrigudo. A morte, o pânico, a depressão e a desilusão podem estar perto. Mas você não é só isso. Você é aceito. Nunca confunda sua percepção de você mesmo com o mistério de que você é realmente aceito.
Paulo escreve: "Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (2Co 12:9). Quaisquer que sejam as nossas falhas, não precisamos baixar os olhos na presença de Jesus. Ao contrário de Quasímodo, o corcunda de Notre Dame, não precisamos esconder tudo o que é feio e repulsivo em nós. Jesus vem não para o superespiritual, mas para o vacilante e o enfraquecido que sabem que não têm nada a oferecer, e que não são orgulhosos demais para aceitar a esmola da graça admirável. Ao olharmos para cima ficamos surpreendidos por encontrar os olhos de Jesus abertos em assombro, profundos em compreensão e gentis em compaixão.”

 Trecho extraído do livro “O Evangelho Maltrapilho”, de Brennan Mannin





[1] Paul TILLICH. The shaking of the foundations. Nova York: Scribner's, 1948, p. 161.2.